Drywall

Pladur, gesso cartonado ou gesso laminado é um material de construção muito usado na construção civil por representar algumas vantagens em relação à utilização tradicional de tijolo e cimento para fazer paredes e tetos. É bastante usado nas divisórias interiores de habitações e em tetos falsos.

É também conhecido como gesso cartonado actualmente denominado por PGL - Placas de Gesso Laminado, na medida em que é composto maioritariamente no seu interior por gesso sendo depois aplicada uma película de celulose de papel na superfície em forma de lâmina que permite um acabamento perfeito, bastando a utilização de tinta ou outro qualquer acabamento para fazer o acabamento final. A sua espessura é laminar e pode ser muito reduzida, sendo produzida em forma de placas.


Resenha Histórica.

As PGL – Placas de Gesso Laminado, são um produto com mais de 120 anos, atribuindo-se a sua origem a Sackett e Kane, nos Estados Unidos em 1890. Foi introduzido na Europa em 1917 na Inglaterra. Em 1948 foi criada a primeira fábrica em França e pouco depois na Alemanha. No ano de 1978 começou a fabricar-se em espanha através da marca Pladur®, denominação que foi adoptada na Peninsula para PGL. O gesso é um dos mais antigos materiais de construção produzidos pelo homem e remonta ao oitavo milénio AC na Síria e Turquia. Devido á extraordinária resistência ao fogo, às propriedades térmicas e acústicas, aliadas á facilidade de obtenção, estima-se que em toda a Europa mais de 80% de todos os acabamentos interiores de todos os edifícios Europeus. Estima-se que estejam aplicados 100 000 milhões de m² sendo considerado nos países desenvolvidos um material básico de construção de interiores. Em Portugal as marcas principais são, para além da Pladur®, a Knauf® e a Iberplaco®, havendo duas fábricas nacionais, a Fibroplac e a Gyptec, ambas na zona centro.


Fabricação.

A pedra natural, com diferentes graus de pureza desde o cristalino, branco, cinza ou outras e designa-se quimicamente por sulfato de cálcio bi-hidratado devido à existência em estado natural de duas moléculas de água – CaSO4 2 H2O, depois de submetida a cozedura entre 130 e 160°C em fornos especiais e perde 1 ½ molécula de H2O, transformando-se em gesso calcinado CaSO4 ½ H2O. Depois de reduzida a pó o gesso desidratado em presença da água a 1 e ½ molécula que faltava, readiquire transforma-se de novo em CaSO4 2H2O, após hidratação, cristalização e endurecimento, conferindo as características iniciais naturais do gesso. A forma das PGL obtem-se em fáfricas automáticas por um processo contínuo de laminação com produções continuas com espessuras, larguras e comprimentos standardizados, sendo as dimensões comuns 1.20 de largura e 2.50 a 3.00m de comprimento.


Características técnicas das PGL.

Peso
O valor médio da densidade da generalidade das placas produzidas na Europa é entre 750 e 800Kg/m³, podendo ser de 1000 kg/m³ nas placas de características especiais.

Estabilidade e durabilidade
As PGL são 100% naturais e inorgânicas e conservam-se indefinidamente em instalação adequadas à utilização pretendida. São estáveis física e quimicamente, têm um coeficiente de dilatação linear de 15x10-6 m/m°C que tem de ser tido em conta em grandes superfícies contínuas.

Resistência
De acordo com a UNE 102.023, a PGL, quando submetida a um impacto de 2.5J, não apresenta nem ruptura nem fissuração e a marca deixada não poderá ter um diâmetro superior a 20mm.

Flexibilidade
Da completa união entre a alma em gesso e as lâminas de celulose que formam a superfície das placas que lhes confere o efeito de armadura, obtém-se um conjunto equilibrado com uma alta resistência e uma óptima flexibilidade. A armadura, devido ao seu processo de fabrico tem as fibras dispostas de forma a que conferem uma maior resistência á flexão no sentido longitudinal que corresponde ao sentido de produção. Esta característica também determina em certas situações o sentido de aplicação da estrutura de suporte em paredes e tetos. Superfícies curvas unidireccionais podem ser executadas com PGL podendo variar entre 60 cm e 1.20m de raio em função da espessura das placas.

Higroscopicidade
A característica da alma associadas às das faces das PGL é a possibilidade da absorção da humidade em excesso até ao equilíbrio com o ambiente regulando de forma natural conforto termo-higrométrico;

Condutibilidade térmica
O valor da condutibilidade térmica da PGL é de λ=0.18W/m°C ( 0.16 Kcal/h m°C);

Isolamento acústico
Nos SCPGL, o valor da massa da PGL fornece aos diferentes sistemas construtivos um comportamento do tipo “massa – absorsor - massa” que lhes confere níveis de prestação acima da média quando comparado com materiais convencionais em termos de comportamento acústico. A elevada densidade da placa e baixa espessura provoca o efeito de membrana face à fonte emissora do som. A placa associada a isolamentos, devidamente dimensionados e executados, os SCPGL, permite obter soluções de condicionamento e isolamento acústico altamente eficientes;

Hignifoguicidade
As PGL são compostas por mineral inerte e incombustível. A Norma UNE 23-727-90 define-as como material não inflamável, isto é M1 ou A2 s1 d0 (B) . Os SCPGL são óptimos protectores passivos contra incêndios e elementos corta-fogo;


Sistemas Construtivos.

Os SCPGL – Sistemas Construtivos com Placas de Gesso Laminado são compostos por placas, perfis, parafusos, pastas e bandas, sendo que as placas podem ser de 6,10,13 e 19mm e podem ser normais (N), hidrofugadas (WA), terem melhor comportamento quando expostas ao fogo(FOC), serem absolutamente ignifugas (MO), terem melhores propriedades para serem colocadas em tetos(TEC), perfuradas para correcções acústicas(FON), com maior resistência superficial(GD), terem os quatro bordos amaciados(SIGMA), etc, etc, referencias mais conhecidas da Pladur®, mas todas as marcas de um modo geral têm equivalentes. Os perfis podem ser de tetos, de revestimentos e perfilaria específica para divisórias que podem ser de 35, 46,70 e 90mm de largura, que simples, coladas em H, encaixadas umas nas outra, ou associadas lado a lado comum reforço da alma, permitem obter os diferentes parâmetros exigidos para o dimensionamento, seja a resistência mecânica, a resistência acústica, térmica, resistência ao fogo, ou qualquer outro parâmetro que seja necessário, não existindo praticamente limite nenhum, senão o saber dimensionar ou preconizar. Á semelhança das placas e perfis, existe uma panóplia de parafusos, sistemas de fixação e suporte, bem como uma diversidade de massas e pastas que completam o sistema.


Divisórias

A compartimentação interior de espaços, é efectuada com recurso à execução de paredes divisórias. No mundo industrializado pode-se afirmar que as generalidades das compartimentações interiores opacas nas edificações já são executadas com recurso às alvenarias secas em sistemas com PGL, apresentando boas características de isolamento térmico, acústico e capacidade de resistência ao fogo. Possuem igualmente uma enorme capacidade de incorporação de numerosos e diversificados sistemas técnicos e de instalações embutidos, aliado a uma insuperável qualidade de acabamento difíceis de conseguir com outros materiais. Existem gráficos comparativos entre as principais características técnicas dos sistemas de PGL, e os sistemas tradicionais e documentação abundante que permite que os projectistas consultem para que, em função das características pretendidas, possam escolher o sistema. As vantagens do SCPGL são: a rapidez da instalação, ligeireza dos pesos e menor espessura. Devido à sua composição, permite a execução a seco sem tempos de secagem e a racionalidade da própria instalação favorece uma boa coordenação de todos os restantes ofícios, evitando cortes e desperdícios devido ao uso de materiais estandardizados e montagens contínuas sem interrupções. A planimetria e continuidade dos sistemas permite maiores rendimentos materiais e humanos em velocidades de montagem, quando comparados com sistemas tradicionais. Uma divisória em PGL é sempre composta por uma estrutura autoportante metálica que pode ser simples, dupla, com estruturas assimétricas, paralelas contraventadas com elementos ortogonais de placas, com os perfis aplicados com as costas voltadas em forma de "H", encaixados entre si em forma de tubo ou “C” fechado, etc., à qual se apertam em cada face uma, duas, três ou mais placas de vários tipos, e que em conjunto com o isolamento interior forma um complexo que compõe a divisória e que lhe confere a característica pretendida.


Tetos

Os tetos falsos com PGL correntes, na generalidade dos casos, têm como vantagem o fato de não ter juntas à vista. São usados em todas as situações como a simples execução de tecto para abaixamento de pé direito, elementos decorativos. Quando associados com outros materiais podem ser usados em isolamentos térmicos, acústicos, protecção passiva contra incêndios, separações corta-fogo ou ocultação de instalações técnicas. Podem ser compostos por uma ou multiplas camadas de placas de diferentes tipos que são sempre fixas por aparafusamento a uma estrutura metálica. Esta estrutura metálica pode ser simples ou dupla, directamente aplicada ao suporte (tetos semi-directos) ou suspensa com sistemas de tirantes (tetos suspensos), mas podem até determinados vãos, ser simplesmente apoiados nas predes (tectos autoportantes), ou ser apoiados com estruturas multiplas em que os apoios são indirectos. Sobre a placa podem ser colocados todo o tipo de isolamentos para as mais variadas situações e o acabamento é efectuado para obtenção de superfícies planas que podem ser pintadas ou receber qualquer tipo de tratamento de superfície corrente como papel, ou até mesmo mosaicos, pastilhas, pedras, etc.


Revestimentos

As PGL associadas com outros elementos construtivos formam sistemas utilizados no revestimento de paredes interiores de todo o tipo de construção nova ou reabilitação com os mais variados objectivos, desde o simples forro, ao mais complexo dos isolamentos térmicos, acústicos ou protecção passiva contra incêndios. Para cada solução escolhida em SCPGL terá sempre de se associar o valor da parede que lhe serve de suporte. Os revestimentos podem ser directos quando as PGL, ou sues transformados com complexos isolantes em EPS – Poliestireno Expandido, XPS – Poliestireno extrudido ou MLM - Mantas de lã Mineral são aplicados por colagem com “mametes” de pastas de colagem adequados directamente sobre uma parede existente. Podem ser semi-directos, quando as PGL ou seus transformados são fixos por aparafusamento a uma estrutura primária que está fixa directamente à parede que se pretende revestir; Se essa estrutura for autónoma da parede a revestir, ao fixar as placas , estas ficam autónomas das paredes, possibilitando a utilização de outros sistemas construtivos e são denominados de revestimentos autoportantes.


Características técnicas dos SCPGL.

Peso próprio
Em reformas, reconstruções de edifícios existentes, um dos factores condicionantes é o peso ou a sobrecarga correspondente ao peso das alvenarias de compartimentação e a forma como estes contribuem para o desempenho da estrutura. Se comparados com sistemas tradicionais para os mesmos desempenhos conduzem a economias de pesos sempre superiores a 70% que se reflecte num aligeiramento significativo das cargas que as estruturas terão de suportar, o que aliado a todos os outros factores descritos atrás traz economias consideráveis aos custos de obra.

Espessuras
Também em reformas é uma condicionante e se comparados com sistemas tradicionais para os mesmos desempenhos conduzem a economias de espessuras que podem ultrapassar os 40% reflectindo também um aligeiramento significativo das cargas que as estruturas terão de suportar, o que aliado a todos os outros factores como o peso e rapidez de instalação traz economias consideráveis aos custos de obra.

Altura máxima
Pode ser uma condicionante na escolha do sistema que terá de ser conciliada com o isolamento térmico, acústico ou resistência ao fogo e que permite obter compartimentações entre pisos sem grande aumento da carga na estrutura. O seu dimensionamento é efectuado por recurso a estudo teórico baseado no momento de inércia da estrutura escolhida, em função da sua largura, da forma de colocação dos perfis, se simples, duplos em "H" ou em "C" fechado. A inércia depende ainda do uso de estruturas simples duplas paralelas ou assimétricas contraventadas ou não, do espaçamento entre eles, conjugadas com o número de placas por face, obtendo-se um vão máximo admissível para a resistência mecânica que depois é sempre ensaiada e certificada por laboratórios oficiais para passar a constar das tabelas fornecidas pelos fabricantes com a descrição do sistema, respectiva composição e valores máximos recomendados para a altura entre apoios.

Resistências ao fogo
As divisórias com estes sistemas começam por ser todas M1, agora A2-s1-d0, podendo ser M0, agora A1-s0-d0. Assim, conjugando várias espessuras de placas, vários tipos de placas e vários isolamentos, conseguimos valores de para as diferentes resistências ao fogo descritas entre 30 e 240 minutos, com sistemas correntes, sendo mesmo possível garantir valores superiores em casos especiais.

Isolamento acústico
Os valores de isolamento acústico dos SCPGL, constam das tabelas dos fabricantes e tratam-se como elementos brandos à flexão que se comportam face ao som como elementos de massa/absorsor/ massa e por não serem homogéneos não têm um cálculo analítico exacto para obtenção dos valores de isolamento. É por isso que os cálculos teóricos têm sempre de ser validados por ensaios em laboratório. Os diferentes valores de isolamento acústico que se podem obter nos elementos de separação com PGL podem ser alterados actuando nas diferentes características dos elementos constituintes; Pode alterar-se a massa, duplicando o número de placas por face ou a sua espessura nominal, duplicando a sua massa, ou; pela introdução do reforço do elemento absorvente, ou; actuando sobre os dois, isto é, aumentando a massa e o absorsor. A título de exemplo em divisórias simples sem isolamento, com uma placa de 13mm por face ou duas placas por face conseguem-se valores entre 35 e 55 dB(A) e massas de entre 23,5 e 53 kg/m² bastando a introdução do isolante na sua câmara que representa apenas um aumento de entre 1 a 3 kg/m² para conseguir que os valores passem para 40 ou 70 dB(A) respectivamente. Estes valores só se conseguem em sistemas tradicionais com massas próximas dos 150 kg/ m² quando se seguem os valores obtidos com base na lei da massa.

Isolamento térmico
Característica técnica importante quando se trata de panos de envolventes exteriores de edifícios quando funciona como revestimento dos panos interiores dessa envolvente exterior. Os SCPGL pela sua composição apresentam valores de isolamento térmico mito superiores a alvenarias em sistemas convencionais. Há que acrescer ao valor de isolamento térmico dado pelo sistema de PGL o valor de qualquer outro elemento onde esta se aplique, sobretudo em revestimentos de elementos existentes e assim obter o valor do conjunto. Estas altas prestações a nível térmico deve-se, por um lado ao λ (coeficiente de condutibilidade térmico) ser inferior ao dos rebocos correntes, às elevada R (resistência térmica) da câmara de ar entre placas que ainda poderá ser preenchida com um material com maiores características de isolamento, ou seja com isolantes térmicos, tipo mantas de lã mineral, permitindo a obtenção de envolventes exteriores com elevadas prestações de U( coeficiente de transmissão térmico) dos conjuntos em que se integram.


Vantagens da utilização deste material

  • Rapidez na preparação e instalação
  • Economia importante na sua utilização
  • Acabamento final perfeito
  • Permite ser usado para reparação rápida de paredes danificadas
  • Permite paredes mais finas
  • Permite construção de sistemas com elevadas características técnicas de isolamento térmico
  • Permite construção de sistemas com elevadas características técnicas de isolamento acústico
  • Permite construção de sistemas para protecção passiva contra incêndis com elevadas prestações

 

Desvantagens

  • Não é tão solido como o tradicional tijolo e cimento
  • Necessita de maior cuidado na fixação de objectos
  • É usado habitualmente com perfis e peças metálicas que criam a estrutura onde se fixa o Pladur.